Por George Marmelstein, juiz federal
Você já
ficou frustrado por estudar por várias e várias horas e não progredir? Você tem
a percepção de que estagnou no seu processo de aprendizagem e está cada vez
mais desmotivado para seguir em frente?
Se sim,
aposto que você está aprendendo da forma errada.
É provável
que você esteja contaminado pela ilusão
de aprendizagem, achando que está estudando quando, no fundo, por não usar
métodos eficientes, está apenas ocupando a mente com informações que serão
rapidamente esquecidas. E o pior: está deixando de utilizar todo o seu
potencial, pois quem não aplica os melhores métodos vive em estado subótimo de
funcionamento e nem se dá conta disso.
Na verdade, poucas pessoas dominam a
habilidade de aprender com eficiência. Você deve conhecer algumas delas. São “cisnes
negros” que parecem desafiar todos os limites da capacidade humana. É como se
fossem hackers que conseguiram quebrar o código da aprendizagem e,
graças a isso, conseguem alcançar resultados incríveis em pouco tempo de
preparação. Eu os chamo de superaprendizes,
pessoas aparentemente normais que adquiriram a habilidade de aprender com a
máxima eficiência possível.
Antes da
internet, os segredos da superaprendizagem era uma espécie de fórmula secreta
compartilhada apenas por poucas pessoas. Mas alguns superaprendizes, como o
Josh Waitzkin, Tim Ferriss e Scott Young, começaram a mostrar para o mundo como
otimizar o processo de aprendizagem.
Josh Waitzkin, por exemplo, escreveu “The Art of Learning: An Inner
Journey to Optimal Performance” (“A Arte da Aprendizagem: uma jornada
pessoal à ótima performance”) em que explica os fundamentos e as técnicas que
utilizou para alcançar a excelência no xadrez e nas artes marcais. Do mesmo
modo, Tim Ferriss publicou “Ferramenta dos Titãs: as
estratégias, hábitos e rotinas de bilionários, celebridades e atletas de elite”, que compila as táticas que vários top performers adotam para alcançar o
sucesso em diversas áreas. Scott Young, na mesma linha, escreveu o livro Ultra-Aprendizado para contar a história de pessoas que conseguem aprender uma
nova língua em poucos meses ou tocar um instrumento musical após pouco tempo de
treino.
Inspirado por essa
cultura, passei vários anos pesquisando os segredos da aprendizagem de alta
performance e fiquei
fascinado com a quantidade e a qualidade do conhecimento já produzido. Essa
empolgação transformou-se no livro “Superaprendizagem: a ciência da alta performance cognitiva”, que sistematiza esse conhecimento
e apresenta uma espécie de caixa de
ferramentas para uma vida intelectualmente produtiva, com dicas práticas para realizar uma leitura de
alto impacto, construir um sistema de anotação poderoso, aplicar técnicas
efetivas de treino, montar uma rotina de acordo com o ciclo circadiano,
aprimorar hábitos com sabedoria, e assim por diante.
Pode até parecer inconveniente, mas dedicar algumas horas à compreensão da aprendizagem é a melhor forma de evoluir mais rápido. Por exemplo, você conhece o seu horário nobre biológico? Você organiza a sua rotina de acordo com o seu cronotipo? Você estimula o inconsciente a trabalhar de modo difuso nas horas em que seu cérebro está relaxado? Você programa o seu sono para maximizar a fixação do conteúdo assimilado? Você não faz nem ideia do que tudo isso significa?
Se você não
pensa sobre essas coisas, provavelmente está desperdiçando suas capacidades
cognitivas. Quando adotamos as melhores estratégias para nos motivar, organizar
o tempo, descansar corretamente, construir hábitos saudáveis e treinar com
eficiência, a evolução ocorre naturalmente. E para adotar as melhores
estratégias, é preciso conhecê-las.
Mas devo ser
sincero. O livro não é uma "fórmula de aprovação", nem um método para
tirar boas notas. É, na verdade, um sistema de desenvolvimento pessoal baseado
na ideia de que qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa com eficiência se
dominar os métodos corretos.
Mesmo não
sendo um livro “para passar em concursos”, a SuperAprendizagem é capaz de
transformar radicalmente as estratégias tradicionais de preparação para
concurso, pois mostra que o estudo deve ser encarado como um treino (prática
deliberada) e apresenta vários caminhos para impulsionar a aprendizagem
direcionada a testes.
Por exemplo,
para aprender com eficiência, é fundamental organizar a rotina de acordo com o
cronotipo, que varia de pessoa para pessoa. O cronotipo define os horários nobres biológicos, que são os
momentos de pico cognitivo e devem ser bloqueados para a aprendizagem profunda,
livre de distrações e com foco total na tarefa a ser desempenhada em estado de
fluxo (flow). Aplicando a máxima “horários nobres, tarefas nobres; horários
pobres, tarefas pobres”, somos capazes de extrair o máximo do nosso
cérebro, sem desperdício de energia, de tempo e de dinheiro.
Outro
exemplo. A SuperAprendizagem mostra que é preciso estimular o inconsciente a
trabalhar de modo difuso nas horas em que o cérebro está relaxado. Indo além, quando
encaramos o estudo como treino, devemos necessariamente inserir no cronograma
de treino um sistema eficiente de descanso deliberado, pois é o descanso que
proporciona a evolução. E isso vale com muito mais intensidade para o sono! Se
você não sabe programar o sono para consolidar o conteúdo assimilado e gerar
novas conexões em seu cérebro, provavelmente está fazendo tudo errado, jogando
no lixo das memórias esquecidas todo o seu esforço de um dia de estudo.
Por fim, a
preparação para um concurso é um treino em que importa não só acumular
conhecimento, mas também desenvolver habilidades específicas para a prova.
Imagine, por
exemplo, uma prova com 100 questões objetivas para ser feita em 4 horas. Uma
prova assim é como uma prova de maratona. Ela exige um preparo físico e mental
que só se consegue com um treino específico, sobretudo por meio de simulações. Usando
a analogia do treino de corrida, não basta sentar na cadeira e resolver
questões, ou seja, não basta correr aleatoriamente. O treino precisa ser
direcionado ao desenvolvimento das habilidades necessárias para a realização da
prova.
Aqui alguns
modelos de simulações só para atiçar a curiosidade:
Simulações reais: reproduzindo, da maneira mais fidedigna possível, o máximo de condições
que serão enfrentadas no dia da prova. Por exemplo, se a prova for impressa, a
simulação real terá que ser impressa. Se o teste real contiver 100 questões, a
simulação real terá 100 questões do mesmo nível e distribuídas de acordo com as
matérias correspondentes. Se a prova tiver 4 horas de duração, a simulação
deverá respeitar esse limite. Se o horário da prova for pela manhã, a simulação
real deverá ser pela manhã. Enfim, o objetivo é aclimatar o corpo e a mente
para que, no dia da prova, tudo flua da maneira mais natural possível.
Ultra-simulação:
a ideia seria tomar a simulação real como base, mas acrescentar algumas
questões extras para tornar o esforço ainda maior e, com isso, elevar a
capacidade de resistência física e mental.
Micro-simulações: seria uma versão reduzida da simulação real. A ideia seria fazer uma
quantidade menor de questões, reduzindo proporcionalmente o tempo. Afora isso,
as condições seriam o mais próximo possível da realidade, a não ser pelo fato
de os problemas serem intercalados (misturados). A SuperAprendizagem mostra que
embaralhar questões é mais eficiente do que seguir um padrão por matéria.
Simulação fuzzi: o objetivo seria incluir algumas dificuldades de modo a forçar o cérebro
a se acostumar com condições adversas. Por exemplo, pode-se fazer uma
micro-simulação ou até mesmo uma simulação real com uma música alta ao fundo,
ou em uma praça de alimentação de um shopping,
ou com a temperatura bem baixa ou bem alta e assim por diante. Em alguns casos,
vale colocar questões de matérias totalmente estranhas só para treinar o
cérebro a pensar de modo versátil. A ideia é bagunçar mesmo o ambiente de
teste, usando a lógica do “treino difícil/prova fácil”.
Hipersimulações: a proposta seria fazer uma ou duas sessões de 10 a 20 minutos de
exercícios em modo ultra-acelelerado, tentando resolver as questões com o
mínimo de reflexão possível para forçar o cérebro a desenvolver a capacidade de
pensar rápido. Não é preciso se preocupar tanto em acertar, mas apenas em
tentar compreender o problema e intuir rapidamente uma solução. Se for possível
incluir algum método de feedback
imediato, com um sistema de aprendizagem adaptativa, o processo seria ainda
mais eficaz, já que poderia estimular o desenvolvimento da competência inconsciente, que é a habilidade de identificar padrões
e intuir a solução mesmo sem ter uma clara consciência da razões por trás do
palpite.
Tudo isso,
junto com um sistema de formação de hábitos, de motivação, de descanso de
qualidade, de treinos eficientes, de leitura de alto impacto compõem a
estrutura central da SuperAprendizagem.
Apesar de
ser suspeito, porque sou verdadeiramente fascinado pelo tema, acredito muito no
poder transformador dessas ideias.
Quando
dominamos conceitos como prática deliberada, dificuldades desejáveis, flow, entre várias outras, somos capazes
de otimizar o tempo para não desperdiçar
energia com práticas ineficientes. Além disso, podemos aprender a formar
hábitos para construir uma rotina produtiva e evoluir continuamente sem
estresse e sem depender da força de vontade. Enfim, somos capazes de aprender mais, mais rápido e melhor.
E essa é a
mágica da SuperAprendizagem. Ela tem um efeito dominó que transforma o processo
de evolução em algo prazeroso e que vai se tornando cada vez mais fácil de
implementar.
Não é
preciso ter algum tipo especial de superpoder de transformação para se tornar
um superaprendiz. Basta ter a capacidade de buscar a melhoria contínua em tudo
o que podemos controlar. Para nossa sorte, essa capacidade já está
pré-configurada em nossas mentes. Só precisamos dar uma forcinha para ativá-la
e conhecer os melhores métodos para deixar a plasticidade cerebral fazer o seu
trabalho.
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